Fim de vida
Todos morreremos. É um fato concreto que vai fazer parte da nossa vida. A grande questão é quando e como e, plagiando as palavras do meu professor Durval Salge Jr., não sabemos se ela vai demorar nem se vai doer.
Mais do que discutir o final de vida há seis anos, meu tema de estudo e trabalho é como morrer com dignidade no Brasil.
Hoje consigo responder a muitas perguntas, que muitos querem saber:
– o que podemos fazer para morrer bem, dignamente, com o mínimo de sofrimento e o máximo de acolhimento na hora de partir?
– em que condições as Testemunhas de Jeová podem recusar a transfusão de sangue legalmente?
– como permitir que qualquer pessoa se recuse a receber tratamentos ou exerça seu direito de morrer em casa?
– como a população pode saber que além da UTI existe a opção dos cuidados paliativos?
– como exercer o direito de ter o Testamento Vital respeitado nos hospitais?
– como nomear um procurador para cuidados da saúde para ser a voz do paciente?
– como estabelecer uma relação transparente com a equipe médica para minimizar o sofrimento e suspender tratamentos que só prolongam a agonia e o sofrimento de entes queridos?
De verdade, saber que a finitude existe e pode acontecer a qualquer momento, é libertador. Poder decidir antecipadamente o que se quer, não se quer e quem vai auxiliar a expressar essa vontade à equipe médica, se não houver a sorte de ter uma morte súbita ou por acidente.
Mais do que tudo, ter consciência da morte liberta das amarras convencionais e permite honrar a própria história, respeitando as vontades, engolindo menos sapos e, mais do que tudo, aproveitando os momentos e as oportunidades para ser feliz.